Quando enfrentamos uma lesão no menisco, a questão que frequentemente surge é: cirurgia de menisco vale a pena?
Esta estrutura fibrocartilaginosa em formato de meia lua, presente em cada lado do joelho, desempenha papel chave na absorção de impactos e estabilização articular.
Buscar ortopedistas experientes em procedimentos seguros de menisco é a solução para garantir a segurança e eficácia do tratamento, especialmente quando a cirurgia se torna necessária.
Neste artigo, analisaremos os tipos de lesões meniscais, quando a intervenção cirúrgica é realmente necessária, as diferentes abordagens cirúrgicas disponíveis, taxas de sucesso – tudo para ajudar pacientes a tomarem decisões mais informadas sobre sua saúde articular.
O que é o menisco e qual sua importância
O joelho possui dois meniscos: o medial (interno) e o lateral (externo). Estas estruturas de fibrocartilagem localizam-se entre o fêmur e a tíbia, funcionando como amortecedores nobres que aumentam a congruência entre os ossos e melhoram a distribuição dos impactos.
Além da função de amortecimento, os meniscos também contribuem para a estabilização articular, propriocepção, lubrificação da articulação e distribuição de nutrientes.
Sua preservação é essencial para manter a funcionalidade do joelho a longo prazo e prevenir o desgaste prematuro da cartilagem articular.
Tipos de lesões meniscais e sintomas
As lesões meniscais podem ocorrer por trauma agudo, como entorses durante atividades esportivas, ou por degeneração relacionada à idade.
Atletas, especialmente jogadores de futebol, são particularmente suscetíveis a lesões traumáticas devido aos movimentos rotacionais do joelho.
Entre os sintomas mais comuns, destacamos:
- Dor localizada na linha articular do joelho.
- Inchaço e derrame articular.
- Limitação de movimento ou sensação de travamento.
- Estalos ou estalidos durante o movimento.
Quando a cirurgia de menisco vale a pena?
Determinar se a cirurgia de menisco vale a pena depende de múltiplos fatores. Atualmente, existe um consenso mundial para preservar ao máximo o menisco, sobretudo em pacientes jovens.
É importante mencionar que nem todas as lesões meniscais necessitam de intervenção cirúrgica.
A cirurgia geralmente é indicada nas seguintes situações:
- Lesões sintomáticas instáveis que causam travamento articular.
- Dor persistente que não responde ao tratamento conservador.
- Lesões periféricas com potencial de cicatrização por sutura.
- Quando há lesões associadas, como ruptura do ligamento cruzado.
Estudos indicam que lesões degenerativas, principalmente em pacientes acima de 40 anos, podem responder bem ao tratamento conservador, tornando a cirurgia desnecessária em muitos casos.
Tipos de procedimentos cirúrgicos e taxas de sucesso
Meniscectomia parcial
Esta técnica remove apenas a porção danificada do menisco.
Embora proporcione alívio rápido dos sintomas, estudos de longo prazo revelam que 78,1% dos pacientes apresentam resultados bons ou excelentes após 12 anos, comparado a 91,7% após 4 anos, indicando uma deterioração gradual dos resultados.
Reparo ou sutura meniscal
A sutura do menisco visa preservar sua integridade, especialmente em lesões periféricas. Esta abordagem apresenta uma taxa de sucesso superior a 80%, com melhores resultados em pacientes jovens (taxa de falha de 14% versus 26% em pacientes mais velhos).
O procedimento é realizado por artroscopia, com pequenas incisões de aproximadamente 5mm.
Transplante de menisco
Para casos onde houve meniscectomia prévia e o paciente desenvolve dor persistente, o transplante de menisco apresenta taxa de sucesso em torno de 80% e satisfação do paciente de aproximadamente 90%.
Este procedimento complexo é considerado a técnica mais difícil dentre todas na especialidade da cirurgia de joelho.
Recuperação e reabilitação
O tempo de recuperação varia significativamente conforme o procedimento:
- Meniscectomia parcial: Retorno a atividades normais em 3-6 semanas.
- Reparo meniscal: Recuperação completa entre 4-6 meses.
- Transplante meniscal: Recuperação de 6-12 meses.
A fisioterapia é fundamental em todos os casos para restabelecer força muscular, propriocepção e funcionalidade articular.
Riscos e consequências a longo prazo
Antes de decidir se a cirurgia de menisco vale a pena, é essencial entender seus potenciais riscos. A meniscectomia, em particular, apresenta consequências significativas:
- Aumento do risco de artrose em 4 vezes após meniscectomia parcial (16 anos após a cirurgia).
- Aumento do risco de artrose em 14 vezes após meniscectomia total (20 anos após a cirurgia).
- Estudos mostram que 95% dos pacientes submetidos à meniscectomia desenvolverão algum problema cartilaginoso.
- Aumento de 75% no contato entre superfícies cartilaginosas após a remoção do menisco.
Para pacientes com lesão de cartilagem associada, apenas 62% apresentaram resultados excelentes ou bons 12 anos após meniscectomia, em contraste com 94,8% de bons resultados em pacientes com lesão meniscal isolada.
Conclusão
Determinar se a cirurgia de menisco vale a pena requer análise individualizada de cada caso. A evidência científica atual favorece a preservação meniscal sempre que possível, priorizando técnicas de reparo em vez de remoção.
Para lesões degenerativas, especialmente em pacientes acima de 40 anos, o tratamento conservador frequentemente apresenta resultados comparáveis à cirurgia, sem os riscos associados.
A decisão deve considerar a idade do paciente, tipo e localização da lesão, presença de outras lesões associadas e objetivos funcionais.
Agendar uma consulta com um ortopedista especializado em joelho é o primeiro passo para determinar a abordagem mais adequada para cada caso específico, e definir se a intervenção cirúrgica é realmente necessária.
Entender que a preservação do menisco é fundamental para a saúde articular a longo prazo, e que a cirurgia, quando necessária, deve visar primordialmente essa preservação em vez da simples remoção do tecido lesionado.
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