A osteoartrite degenerativa é uma doença crônica que desgasta a cartilagem e altera o osso ao redor das articulações. Esse processo gera dor, rigidez e perda de função.
Com informação e rotina bem planejada é possível reduzir sintomas e preservar a mobilidade.
A equipe do COE Ortopedia Goiânia preparou esse guia completo para explicar o que é, causas, sintomas e como tratar a osteoartrite degenerativa.
O que é osteoartrite degenerativa?
Falamos em osteoartrite degenerativa quando a cartilagem vai se gastando com o tempo. Ela cobre as pontas dos ossos e ajuda o movimento a correr liso.
Se essa película afina ou falha, a lubrificação piora, surgem pequenos impactos repetidos, o local inflama, aparecem osteófitos e a mobilidade reduz.
A doença é comum em joelhos, quadris, mãos e coluna. Nem todo achado em exame causa dor, porém, a associação entre dor, rigidez e perda de função merece avaliação e plano de cuidado individual.
Causas e fatores de risco
A osteoartrite degenerativa resulta de múltiplos fatores. Alguns são modificáveis e merecem atenção no dia a dia.
- Idade e biologia do tecido, com menor capacidade de reparo ao longo dos anos.
- Hereditariedade, com padrões familiares em mãos e joelhos.
- Excesso de peso, que aumenta a carga na articulação e estimula inflamação.
- Lesões prévias de ligamentos, menisco ou cartilagem.
- Alinhamento alterado dos membros, como geno valgo ou varo.
- Atividades repetitivas que exigem flexão prolongada de joelhos ou carga elevada.
- Doenças metabólicas e reumatológicas que afetam a cartilagem.
Sinais e sintomas mais comuns
- Dor profunda que piora com uso, alivia com repouso e pode surgir à noite.
- Rigidez matinal breve, geralmente abaixo de 30 minutos.
- Estalos e crepitação ao mover a articulação.
- Inchaço leve a moderado, com sensação de calor local em fases ativas.
- Perda de força e estabilidade, com dificuldade para agachar, subir escadas ou caminhar por longas distâncias.
Em mãos, podem surgir nódulos nos dedos. Na coluna, a dor lombar pode irradiar para as pernas quando há compressão neural.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico de osteoartrite degenerativa é clínico, com base em história, exame físico e correlação com imagem.
- Radiografia mostra estreitamento do espaço articular e osteófitos.
- Ressonância magnética detalha cartilagem e estruturas moles quando necessário.
- Exames de sangue servem para afastar outras doenças.
Edema acentuado, pele muito quente e vermelha ou febre precisam de avaliação imediata para excluir infecção ou crises de outra origem.
Tratamentos com melhor evidência
O objetivo é controlar dor, melhorar função e retardar progressão. O plano combina mudanças de estilo de vida, fisioterapia, analgesia e, em casos selecionados, procedimentos.
Medidas físicas e reabilitação
- Exercício estruturado, com fortalecimento de quadríceps, glúteos e core, além de mobilidade e propriocepção.
- Aeróbico de baixo impacto, como caminhada em terreno plano, bicicleta e natação.
- Perda de peso quando há sobrepeso, o que reduz carga na articulação e dor.
- Órteses e palmilhas em casos de desalinhamento ou instabilidade.
- Termoterapia com calor ou frio conforme a fase dolorosa.
- Educação sobre proteção articular, ritmo de atividades e pausas programadas.
Medicamentos
- Analgésicos e anti-inflamatórios podem ser usados por períodos curtos e sob orientação.
- Formulações tópicas têm bom perfil de segurança em mãos e joelhos.
- Duloxetina auxilia em dor crônica selecionada.
- Suplementos como glucosamina e condroitina mostram benefício incerto, cujo uso deve ser individualizado.
Infiltrações e procedimentos
Infiltração intra-articular com corticosteroide pode aliviar crises dolorosas de curta duração. A viscossuplementação com ácido hialurônico melhora a lubrificação em alguns pacientes e facilita a reabilitação.
Quando considerar cirurgia
A artroplastia de joelho ou quadril é opção quando a dor impede atividades simples, há falha das medidas conservadoras bem conduzidas e a imagem mostra dano avançado.
A decisão é compartilhada, levando em conta idade, demanda funcional e expectativas.
Exercícios seguros
- Fortalecimento: extensões de joelho, ponte, agachamento parcial com apoio.
- Mobilidade: alongamentos de cadeia posterior, flexores de quadril e panturrilhas.
- Cardiorrespiratório: bicicleta estacionária, elíptico e natação.
- Propriocepção: equilíbrio unipodal com apoio, passo lateral com mini faixa elástica.
Respeite a dor durante o treino e ajuste volume semanal. Um pequeno desconforto muscular é esperado, mas dor articular persistente indica necessidade de revisão de carga e técnica.
Alimentação, sono e hábitos que ajudam
- Controle de peso com déficit calórico moderado e foco em proteínas magras, verduras e grãos integrais.
- Qualidade do sono para modular percepção de dor e recuperação.
- Exposição solar segura e vitamina D conforme orientação.
- Parar de fumar e reduzir álcool, metas que favorecem o tecido ósseo e muscular.
FAQs
O que diferencia osteoartrite degenerativa de artrite inflamatória?
A osteoartrite degenerativa é mecânica e relacionada a desgaste. A artrite inflamatória tem base autoimune, com rigidez prolongada e sinais sistêmicos. O manejo muda bastante entre os dois grupos.
A osteoartrite degenerativa tem cura?
Não há cura, porém dor e limitação podem reduzir muito com fortalecimento, controle de peso, analgesia dirigida e educação. Muitos pacientes retomam rotina ativa.
Quais exercícios devo priorizar no início?
Fortalecimento de quadríceps e glúteos, mobilidade suave e aeróbico de baixo impacto. Aumente carga de forma gradual e monitore resposta nas 24 a 48 horas seguintes.
Perder peso ajuda de verdade?
Sim. Redução modesta já diminui carga nas articulações e melhora dor. O efeito soma com o treino e com a fisioterapia.
Infiltração com ácido hialurônico funciona para todos?
Alguns pacientes relatam alívio e melhor desempenho na reabilitação. A indicação é individual, após tentativa consistente de medidas conservadoras.
Quando procurar um ortopedista?
Se a dor persistir por semanas, houver instabilidade, travamentos, perda de movimento ou impacto relevante nas atividades, é hora de avaliar. Casos com piora rápida exigem consulta precoce.
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