Quem acompanha jogos de futebol já ouviu falar no Ligamento Cruzado Anterior (LCA), o tecido responsável por unir o fêmur (osso da coxa) à tíbia (osso da perna) que, só na edição 2018 da Série A do Campeonato Brasileiro, deixou sete jogadores fora de suas equipes. Mas se engana quem pensa que só atletas profissionais estão expostos a esse risco.
Os atletas de fim de semana têm chances iguais ou maiores de lesionar esse ligamento e, além deles, algumas características específicas podem predispor qualquer um a essa lesão. É preciso ficar atento pois, em boa parte dos casos, só o tratamento cirúrgico é capaz de devolver a qualidade de vida.
Como ocorre a lesão?
Durante a prática esportiva, o dano articular por trauma no joelho pode ocorrer em um choque com o adversário ou sem qualquer contato, motivado pela rotação com o pé fixo no chão ou a hiperextensão do joelho (as famosas “furadas de bola” na pelada com os amigos). Porém, a ruptura do LCA também pode ocorrer em pessoas com características que as predispõe a essa lesão, como o formato do osso e o desequilíbrio muscular.
Todos os casos de lesão no joelho precisam de cirurgia?
Nem todos os casos são cirúrgicos e existem algumas tentativas que podem ser feitas, inclusive considerando a disposição do paciente a abrir mão do esporte que originou a lesão. Porém, com a diminuição da dor, o paciente acredita que recuperou sua funcionalidade, apesar das limitações e abandona o tratamento.
Se eu não quiser operar, o que acontece?
O resultado da negligência pode ser a sobrecarga de outras áreas da articulação e isso pode desencadear um processo gradativo na perda de qualidade de vida. A lesão meniscal é uma das consequências com o decorrer do tempo. Em seis meses já começam os indícios dessa lesão e estudos apontam que, em cinco anos, 89% dos meniscos estão lesados.

Quais as vantagens da cirurgia?
Para pacientes ativos, a vantagem da substituição do ligamento ou do enxerto no tendão é restaurar a anatomia e a biomecânica normal do joelho, o que possibilita que o paciente volte a praticar esportes sem o risco de novas lesões. Com a recuperação adequada com fisioterapia, o paciente recupera o movimento normal do joelho, além da força, agilidade e confiança para retornar ao esporte.
Portanto, mais importante que se preocupar com a indicação ou não da cirurgia, é procurar um médico para que ele avalie a lesão e dê opções. Além disso, existem várias técnicas para devolver a função completa do LCA, inclusive procedimentos minimamente invasivos, como a artroscopia, que proporcionam um pós-operatório menos doloroso e com mais mobilidade.
Por que buscar um especialista?
A maioria dos pacientes afirmam sentir ou até mesmo ouvir o estalo no joelho no momento da lesão e pode sofrer queda em função da dor e falta de estabilidade. Mais tarde, a área é tomada pelo inchaço (edema) e dor ao caminhar. Sendo assim, apenas com uma visita ao médico ortopedista especializado será possível dimensionar a lesão e traçar, com precisão, qual será o tratamento mais adequado, visto que é necessário avaliar outros fatores como as lesões associadas e características morfofisiológicas do paciente.
Em alguns casos, é necessária uma avaliação isocinética em 3D com análise do movimento para diminuir o fator de risco. Seja com o tratamento conservador ou cirúrgico, é importante o acompanhamento multiprofissional, com o fisioterapeuta e o educador físico. E o paciente não deve encarar como normal a incapacidade de realizar movimentos específicos após a ruptura do ligamento. Sem tratamento, atividades cotidianas podem ser um risco como, por exemplo, para um paciente que precisa subir escadas, caso o joelho saia do lugar, ele pode desequilibrar e cair.
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