O uso de células-tronco na ortopedia é um tema em alta pela promessa de reparar tecidos e reduzir a dor com foco biológico.
Este guia, elaborado pelo COE Ortopedia Goiânia, explica quando faz sentido usar células-tronco na ortopedia, como o procedimento é feito, benefícios, riscos e limitações.
O que são e como atuam
Células-tronco são células com duas habilidades centrais: autorrenovação e diferenciação.
Em ortopedia, interessam pela capacidade de modular a inflamação, liberar fatores bioativos e formar células de cartilagem, osso, músculo, tendão e ligamento quando o ambiente é adequado.
O efeito terapêutico combina três frentes, sinalização anti-inflamatória, estímulo à cicatrização e possível substituição ou suporte às células locais.
Essa base explica por que as células-tronco na ortopedia são consideradas em quadros degenerativos e pós-lesão.
Fontes e tipos usadas em prática clínica
- Medula óssea (aspirado, geralmente da bacia), concentra células mesenquimais e fatores que favorecem o reparo.
- Tecido adiposo (lipoaspirado e microfragmentação), fornece matriz e células de suporte com ação imunomoduladora.
- Produtos concentrados de medula ou gordura podem ser preparados conforme a indicação e o perfil do paciente.
Em ambiente clínico, o uso foca materiais autólogos, colhidos do próprio paciente, o que reduz o risco de reação imunológica.
A seleção da fonte depende do objetivo do tratamento e das condições locais da articulação.
Quando considerar células-tronco na ortopedia
As indicações priorizam dor persistente e limitação funcional associadas à alteração tecidual documentada. Veja os cenários mais avaliados na ortopedia regenerativa.
Lesões e desgaste de cartilagem
- Osteoartrite inicial e moderada com dor e rigidez.
- Condrólise focal pós-trauma ou pós-instabilidade.
- Lesões condrais em joelho, quadril, tornozelo e ombro.
Fraturas e defeitos ósseos
- Pseudoartrose, atraso de consolidação e defeitos segmentares.
- Suporte biológico em enxertias e revisões ortopédicas selecionadas.
Tendões e ligamentos
- Tendinopatias crônicas do manguito rotador, patelar e aquileana.
- Lesões parciais de ligamentos com dor e perda de função.
Músculo e dor inflamatória
- Lesões musculares de repetição com cicatrização lenta.
- Focos dolorosos associados a inflamação local persistente.
Nesses cenários, as células-tronco na ortopedia podem atuar como potencializadores biológicos, sozinhas ou combinadas a outras técnicas.
Quem não deve fazer e possíveis riscos
- Contraindicações comuns: infecção ativa, ferida na área de punção, descompensação clínica, coagulopatias sem controle.
- Riscos do procedimento: dor transitória, hematoma, inchaço, infecção, falha de resposta clínica.
- Limitações: doença muito avançada tende a responder pouco, já que a mecânica articular está comprometida.
O planejamento deve alinhar expectativa com estágio da doença. Em artrose avançada, a probabilidade de alívio sustentado é menor, podendo ser necessário discutir soluções cirúrgicas.
Como é feito o procedimento
Coleta e preparo
- Aspirado de medula: anestesia local na bacia, coleta por agulha, processamento para concentrar os componentes úteis.
- Lipoaspiração de baixa pressão: retirada de gordura abdominal ou inguinal, microfragmentação e preparo do enxerto biológico.
Aplicação
- Consultório: infiltração guiada para lesões menores e dor inflamatória, retorno no mesmo dia, repouso relativo inicial.
- Centro cirúrgico: em defeitos condrais maiores, pode haver preparo articular por artroscopia e aplicação do enxerto no leito da lesão.
O protocolo de reabilitação inclui proteção articular, controle de carga e fisioterapia progressiva.
O uso de células-tronco na ortopedia funciona melhor quando associadas a um plano de movimento e fortalecimento.
Benefícios esperados e limitações
- Benefícios: redução de dor, melhora de função, potencial de reparo tecidual e menor necessidade de procedimentos extensos em casos selecionados.
- Limitações: resposta variável entre pacientes, necessidade de tempo para maturação tecidual, nem sempre substitui cirurgia.
Células-tronco na ortopedia não são solução mágica. Resultados dependem do diagnóstico preciso, da técnica de aplicação e da adesão à reabilitação.
Cuidados pós-procedimento e retorno às atividades
- Primeiras 48 a 72 horas: gelo intermitente, medicação prescrita e proteção da área tratada.
- Semanas 1 a 4: aumento gradual de carga e amplitude conforme orientação profissional.
- Após 6 a 12 semanas: consolidação do ganho funcional e retorno progressivo ao esporte se houver indicação.
O acompanhamento define ajustes, novas infiltrações ou mudança de estratégia quando a resposta clínica é menor que a esperada.
Caso você queira saber mais detalhes sobre as indicações de células-tronco para condições ortopédicas, agende uma consulta no COE Ortopedia Goiânia e converse com nossos especialistas.
FAQs
Células-tronco na ortopedia substituem cirurgia?
Em estágios iniciais e moderados, podem postergar procedimentos maiores. Em doença avançada, a chance de substituir cirurgia é baixa.
Quanto tempo leva para sentir melhora?
Muitos pacientes relatam alívio gradual entre 4 e 12 semanas, período em que ocorre organização tecidual e ajuste da inflamação.
De onde vêm as células usadas no tratamento?
Geralmente do próprio paciente, medula óssea ou tecido adiposo, o que reduz risco de reação e facilita a integração local.
É seguro aplicar em mais de uma articulação?
Pode ser considerado em casos selecionados, desde que a indicação e o volume por área sigam critérios clínicos e de segurança.
Qual a diferença para PRP?
PRP entrega fatores de crescimento de plaquetas. Células-tronco na ortopedia adicionam potencial celular de modulação e suporte estrutural.
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