O menisco inflamado é uma condição que pode afetar pessoas de diversas idades, causando dor, desconforto e limitações nas atividades diárias.
Uma lesão no menisco, estrutura fundamental para o bom funcionamento dos joelhos, requer atenção especializada e diagnóstico preciso.
A recomendação primordial é consultar um ortopedistas para avaliação de ruptura meniscal, evitando assim complicações futuras e garantindo o tratamento correto.
Neste artigo, abordaremos os principais sintomas de menisco inflamado, causas, fatores de risco, diagnóstico, tratamentos disponíveis e medidas preventivas, com base em dados científicos atualizados.
O que é o menisco e sua importância para a saúde do joelho
O menisco é uma estrutura fibrocartilaginosa em forma de C localizada entre o fêmur (osso da coxa) e a tíbia (osso da perna). Cada joelho possui dois meniscos: o menisco medial (lado interno) e o menisco lateral (lado externo).
Essas estruturas desempenham funções essenciais, como melhorar o ajuste entre os ossos, absorver impactos, distribuir o estresse pelo joelho e auxiliar na movimentação do fluido lubrificante pela articulação.
De acordo com estudos, os meniscos funcionam principalmente na transmissão de carga e absorção de choques através da articulação tibiofemoral, melhorando a congruência articular e atuando como um mecanismo de estabilização secundário do joelho.
Essa função de proteção é fundamental para prevenir o desgaste prematuro da cartilagem e o desenvolvimento de problemas como a osteoartrite.
Menisco inflamado: principais sinais de alerta
Reconhecer os sintomas do menisco inflamado é essencial para buscar tratamento precoce. Entre os sinais mais comuns, destacamos:
- Dor localizada: Geralmente ocorre na parte interna ou externa do joelho, dependendo de qual menisco está afetado, e não ao redor da patela.
- Inchaço e rigidez: O edema (inchaço) costuma aparecer gradualmente após a lesão, especialmente se houver um momento específico que gerou o problema.
- Sensação de travamento: O joelho pode ficar com a sensação de “preso” durante dias, dificultando a movimentação normal.
- Estalos ou ruídos: Percepção de estalos ao movimentar o joelho, especialmente ao descer escadas.
- Dificuldade de movimento: Limitação para dobrar ou estender completamente o joelho, afetando atividades como subir e descer escadas, agachar ou ajoelhar.
- Instabilidade articular: Sensação de que o joelho “cede” durante a movimentação, causando insegurança ao andar.
Estudos mostram que a maioria das pessoas com menisco inflamado consegue andar inicialmente, mas os sintomas pioram gradualmente nos dias subsequentes à lesão.
Causas e fatores de risco
As rupturas do menisco podem ocorrer em todas as faixas etárias, mas manifestam-se de formas diferentes conforme a idade e as circunstâncias:
Lesões traumáticas
Mais comuns em pessoas ativas entre 10 e 45 anos, geralmente ocorrem durante atividades esportivas que envolvem rotação do joelho enquanto o pé está fixo no chão.
Esportes como futebol, basquete e tênis apresentam maior incidência dessas lesões.
Lesões degenerativas
Predominantes em pessoas acima de 40 anos, resultam do processo natural de envelhecimento, quando as fibras de colágeno meniscal começam a se deteriorar.
Estudos indicam que essas lesões são particularmente comuns em fumantes e podem atingir 95% de prevalência em idosos com osteoartrite.
Epidemiologia e dados estatísticos
Dados internacionais apontam para uma incidência de aproximadamente 61 casos de lesões meniscais por 100.000 pessoas na população geral, com prevalência de 12% a 14%.
No futebol, que registra o maior número de casos, a incidência chega a 0,523 por 1.000 horas de jogo.
Uma pesquisa realizada com atletas universitários brasileiros revelou uma prevalência de lesões meniscais de 12,9%, demonstrando a significativa ocorrência desse problema entre jovens esportistas no país.
As lesões do menisco medial são mais frequentes que as do menisco lateral, possivelmente devido à menor mobilidade do menisco medial em função de sua conexão com o ligamento colateral medial.
Diagnóstico da ruptura meniscal
O diagnóstico de menisco inflamado deve ser realizado por um ortopedista, através de:
- Avaliação clínica: Exame físico detalhado, incluindo testes específicos como McMurray, Apley e Thessaly, embora estes possuam precisão e confiabilidade limitadas.
- Exames de imagem: A ressonância magnética (RM) é considerada o padrão-ouro para diagnóstico, com sensibilidade de 93% e especificidade de 88% para lesões meniscais. Radiografias simples geralmente não são recomendadas para avaliação rotineira, exceto em casos selecionados.
Segundo as diretrizes da Associação Americana de Cirurgiões Ortopédicos, a RM é a modalidade de imagem preferida para diagnosticar lesões meniscais agudas devido à sua alta precisão.
Opções de tratamento
O tratamento para inflamação do menisco pode variar conforme a gravidade da lesão:
Tratamento conservador
- Repouso e medicação: Anti-inflamatórios não esteroides como ibuprofeno e naproxeno para reduzir dor e inchaço.
- Compressas frias: Aplicação de gelo para diminuir a inflamação e aliviar a dor.
- Órteses ou joelheiras: Podem proporcionar maior estabilidade e conforto durante a movimentação.
- Fisioterapia: Fundamental para fortalecer a musculatura, especialmente o quadríceps, prevenindo alguns efeitos colaterais da lesão.
Tratamento cirúrgico
A cirurgia artroscópica é considerada o tratamento definitivo para um menisco rompido e pode envolver a remoção ou o reparo da parte lesionada.
Estudos demonstram que o reparo meniscal apresenta 80% de sucesso após 2 anos, sendo mais adequado para pacientes jovens com lesões redutíveis e periféricas.
Segundo especialistas, a decisão entre tratamento conservador ou cirúrgico deve considerar fatores como idade do paciente, tipo e localização da lesão, e presença de sintomas mecânicos como travamentos.
Prevenção e cuidados
A prevenção de lesões meniscais envolve:
- Fortalecimento muscular, especialmente dos quadríceps.
- Evitar movimentos de torção brusca do joelho.
- Aquecimento adequado antes de atividades físicas.
- Uso de calçados apropriados para prática esportiva.
- Manutenção de peso saudável para reduzir sobrecarga nas articulações.
Conclusão
O menisco inflamado representa uma condição comum que afeta pessoas de todas as idades, com maior incidência entre jovens atletas e adultos acima de 40 anos.
O reconhecimento precoce dos sinais de alerta e a busca por avaliação ortopédica especializada são fundamentais para o diagnóstico correto e tratamento adequado, prevenindo complicações a longo prazo como a osteoartrite.
A abordagem terapêutica atual prioriza a preservação máxima do tecido meniscal, seja através de tratamentos conservadores ou, quando necessário, de intervenções cirúrgicas minimamente invasivas.
Independentemente do método escolhido, o acompanhamento profissional e a reabilitação apropriada são essenciais para garantir a recuperação plena da função articular e o retorno às atividades cotidianas.
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