Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% da população mundial sofrerá com dores nas costas em algum momento da vida, entenda a diferença entre escoliose e vícios posturais. A última Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) – realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – aponta que cerca de 20% dos brasileiros convive com dores decorrentes de problemas crônicos.
Por mais comum que esse incômodo pareça, é preciso deixar claro que ele pode ser evitado e existem causas distintas. Precisamos primeiro entender a diferença entre os desvios (ou vícios) posturais e a escoliose.
Desvio postural ou escoliose?
Os desvios posturais são decorrentes de quadros de sedentarismo e da falta de uma prática regular de exercícios físicos. Podem ainda ser causados pelas posturas incorretas no uso do computador em cadeiras inadequadas. Eles acontecem tanto no adolescente como no idoso quando a pessoa deixa de se exercitar, seja motivado por dores, por falta de tempo ou por falta de vontade. Portanto, eles podem ser prevenidos.
Já a escoliose é um quadro mais complexo com grau elevado de deformidade da coluna. Ela pode ter origem congênita, decorrer de doenças neurológicas graves como paralisia cerebral e neurofibromatose ou mesmo ser idiopática, não apresentando causa aparente.
Entenda a diferença entre escoliose e vícios posturais: Quais os sintomas?
Os desvios posturais causam dores musculares e são os principais causadores de dor miofascial. A presença de dor intensa em tecidos moles e outros músculos desencadeia um efeito cascata que passa pela redução da qualidade do sono do paciente e culmina em fatores relacionados à ansiedade.
Aqueles afetados pela escoliose, por sua vez, apresentam diferentes graus de deformidade na coluna e rotações na lombar conhecidas como gibas. O tempo pode levar a um agravamento da deformidade capaz de comprometer as funções pulmonar e gástrica do paciente, demandando intervenção cirúrgica para correção. A maioria dos casos são tratados com coletes, mas é preciso avaliar, pois desvios superiores a 50 graus normalmente precisam ser operados.
Felizmente, o tratamento para ambos os casos pode ser bastante simples. Nos desvios posturais, depois de submetido a exames de imagem e à avaliação biocinética – para um estudo completo da marcha a fim de medir a presença de desbalanço muscular – o paciente é encaminhado para tratamentos como atividade física, alongamentos, fisioterapia, acupuntura ou pilates.
Em grau inicial, a escoliose também recebe uma abordagem conservadora com tratamento através do uso de coletes ortopédicos e reabilitação com a introdução de atividades físicas controladas, incluindo a natação.
Busque tratamento precoce
As duas ocorrências têm manifestações estéticas normalmente não muito agradáveis aos pacientes, mas a dor e a redução na qualidade de vida que decorrem desses problemas tendem a ser os principais motivos para a procura pelo tratamento com o especialista em coluna o mais cedo possível.